O uso da argila é muito antigo; segundo Azoubel (2009) no antigo Egito já se utilizava a argila conhecida como lama do Nilo para a mumificação, conservação de manuscritos, estética e cura.
O grande filósofo Aristóteles referiu-se à argila como um recurso que conserva e trata a saúde; Galileno e Discóride, anatomistas gregos, relatam em seus escritos que recorreram várias vezes ao uso da argila para tratamentos de saúde, confirmando sua eficácia. O grande unificador da Índia, Mahatma Gandhi aconselhava a cura pela argila, e graças a ele e alguns naturapeutas do início do século XX, como Strumpt, Luis Kuhme, Adolf Just e Kneipp que relatos importantes foram deixados sobre tratamentos com argila (AZOUBEL, 2009). Hipócrates, médico grego considerado o pai da medicina, utilizava e ensinava a seus discípulos o uso medicinal da argila (LAMAITA, 2009). Na América alguns grupos indígenas tinham por tradição enterrar seus doentes terminais, na posição vertical, dentro de um buraco cavado na terra deixando apenas a cabeça para o lado de fora, para que o doente permanecesse em contato com a terra durante muitas horas. Durante a Guerra do Vietnã, os vietnamitas e os coreanos empregaram o banho de argila para tratar queimaduras sérias.
A medicina oriental utiliza a argila para desintoxicar e transformar energias perversas em energias mais qualificadas trazendo equilíbrio para melhorar a circulação do Qi.
Hoje as clínicas naturalistas utilizam a argila, sozinha ou associada a outras técnicas terapêuticas, assim como os maiores centros estéticos mais avançados do mundo
O Brasil é um país rico em argila, mas ainda é pequeno o seu uso com finalidade terapêutica; apenas algumas clínicas e spas que atuam com a proposta de atendimento terapêutico baseado em práticas naturais começam a despontar no mercado
“Atualmente as argilas são muito utilizadas em procedimentos estéticos devido à ação absorvente, antisseborréica, cicatrizante e anti-séptica que apresentam”
Argila branca: também chamada de caulim, contém um maior percentual de alumina, caulinita e sílica, possui um pH muito próximo da pele promovendo ações de adsorver oleosidade sem desidratar a pele, suavizar, cicatrizar e catalisar reações metabólicas do organismo, é clareadora, indicada para o tratamento de manchas em peles sensíveis e delicadas, desidratadas, envelhecidas e acnêicas, porém apenas para o rosto, pois em tratamentos corporais não dá bom resultado. Atua como antiinflamatório devido à presença de manganês e magnésio em peles acnêicas. Dentre as argilas utilizadas em tratamentos estéticos é a que menos resseca a pele. A presença do silício reduz as inflamações, tem ação purificante, adstringente e remineralizante, com efeito anti-séptico, cicatrizante (DORNELLAS e MARTINS, 2009).
Argila branca da Amazônia: argila nativa formada nas ribanceiras dos rios após as inundações provocadas em época de chuva, rica em ferro, alumínio, boro, potássio, cálcio e enxofre. É hidratante e antioxidante, tem coloração branca acinzentada. Seus nutrientes e sais minerais ajudam a eliminar as toxinas da superfície da pele, ativam a regeneração celular, combatem os radicais livres, canalizam energia positiva, fortalecem o tônus da pele; reduz as rugas e elimina gorduras localizadas e celulite. Indicada para máscaras faciais e capilares, cremes, loções e sabonetes corporais para produtos cosméticos destinados à regeneração e limpeza da pele e esfoliantes corporais (DORNELLAS e MARTINS, 2009).
A argila branca promove efeitos eficazes na suavização de rugas, linhas de expressão e manchas causadas pela exposição excessiva ao sol, nutre a pele tendo efeito depurativo, higienizante, descongestionante, tensor suave e revitalizante, é mais indicada para esfoliação facial por conter grânulos irregulares e arredondados (MEDEIROS, 2013; HAUCK, 2011; CLAUDINO, 2010)
http://belezain.com.br/adm/uploads/argilok144.pdf
http://www.bib.unesc.net/biblioteca/sumario/000040/000040D1.pdf