10/04/15

Entendendo melhor o estresse e o que podemos fazer para aliviá-lo

O que é estresse?
Estresse ou stresse (ou, em inglês, stress) é o termo que se usa para descrever determinadas respostas a estímulos agressores, ditos estressores, que permitem ao homem ou ao animal superar exigências limites do meio ambiente. Também se usa o termo para descrever o desgaste físico e mental causado por esse processo. Na física ele designa a tensão e o desgaste a que estão expostos os materiais e foi trazido para o contexto da biologia pela primeira vez pelo médico canadense Hans Selye, em 1936, que o definiu como uma "reação não específica do corpo a qualquer tipo de exigência". O estresse fisiológico normal é uma forma de adaptação, mas quando a resposta é patológica registra-se uma disfunção, que leva a distúrbios transitórios ou a doenças graves para as quais a pessoa esteja geneticamente predisposta ou, no mínimo, agrava as doenças já existentes.
Quais são as causas do estresse?
O estresse pode ser causado por quaisquer circunstâncias ambientais que exijam respostas físicas ou psicológicas nos limites das capacidades individuais, normalmente levando a pessoa a sentir determinado tipo de angústia. As mudanças do estilo de vida, tanto as boas quanto as más, são os mais efetivos agentes estressores. Quando o estresse persiste por um longo período de tempo os mecanismos de defesa passam a não responder a ele de forma eficaz, aumentando assim a possibilidade de vir a ocorrer doenças, desde uma simples azia a infecções e neoplasias. Os estressores podem ser acontecimentos biográficos críticos, acontecimentos desgastantes do dia a dia, situações ou condições que se estendam por um período relativamente longo, etc. Entre eles, os mais comuns são excesso de trabalho, “bullying” na escola, desprezo amoroso, nascimentos, morte, guerras, casamento, divórcio, conflitos de relacionamento, abuso sexual infantil, doenças, desemprego, falta de dinheiro, etc.
Qual é a fisiopatologia do estresse?
Ao longo do tempo houve várias teorias sobre o estresse, geralmente não excludentes, mas complementares. Uma das primeiras foi a chamada "teoria da luta ou fuga", segundo a qual em situações de emergência o organismo se prepara para lutar ou fugir, de acordo com o caso.
A teoria de Selye é de que o organismo reage à percepção de um estressor com uma reação de adaptação. Segundo ela, depois de toda tensão deve seguir-se um estado de relaxamento e recuperação. Se o organismo não puder retornar ao estágio de repouso inicial, gerará problemas de saúde.
O modelo de Henry diz que na situação de fuga há um aumento de adrenalina, na de luta, de noradrenalina e testosterona. Na depressão haveria um aumento de cortisol e uma diminuição de testosterona.
Segundo Lazarus, as reações de estresse são mediadas por processos cognitivos e não apenas por fatores externos, mas também por fatores internos, como valores, ideais, objetivos, etc.
Para Hobfoll, o estresse define-se como uma reação em que ou (1) há uma ameaça de perda de meios, ou (2) há uma perda real de meios, ou ainda (3) o aumento de meios fracassa depois de uma tentativa de aumentá-los.
Segundo o modelo da vulnerabilidade o estresse é, de um lado, devido a uma menor resistência individual geneticamente determinada e, de outro lado, à exposição a fatores ambientais estressores. O que se tem como certo, atualmente, é que a percepção de um perigo eminente ou de um evento traumático é feita pelo córtex cerebral, que aciona um circuito subcortical que controla as emoções e os sistemas viscerais através do sistema nervoso autônomo. A ativação dessas vias causa alterações como dilatação pupilar, palidez, aceleração e aumento da força das batidas cardíacas e da respiração, ereção dos pelos, sudorese, paralisação do trânsito gastrointestinal, secreção da parte medular das glândulas adrenais, etc.
Ao mesmo tempo, o hipotálamo comanda uma ativação da glândula hipófise que libera o ACTH, sigla em inglês do hormônio adreno-córtico-trófico, o qual, carregado pelo sangue, vai até a parte cortical das glândulasadrenais, provocando um aumento da secreção de corticosteroides. Estes hormônios têm amplas ações sobre praticamente todos os tecidos do corpo, alterando o seu metabolismo, a síntese de proteínas, a resistência imunológica, as inflamações e infecções provocadas por agressões externas, etc.
A descarga dupla de adrenalina, pela camada externa da glândula e de corticoides, pela sua camada cortical, torna essas glândulas como o principal mediador do estresse. Assim, existe certo nível de estresse que é normal e até necessário para a defesa do organismo, ao qual se denomina de eustress. O perigo para o organismo passa a ocorrer quando a super ativação do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal se torna crônico. Nesse momento, começam a surgir alterações patológicas causadas pelo nível constantemente elevado desses hormônios.
Quais são os principais sinais e sintomas do estresse?
O estresse causa ou agrava uma série de doenças como asma, doenças dermatológicas, alérgicas e imunológicas, gastriteúlceras, etc. Mas, é com relação às coronárias que o estresse pode ser um matador silencioso. Outros distúrbios comuns são: quadro de astenia, tensão muscular elevada, cãibras, fibromialgias, tremores, sudoresecefaleias tensionais e enxaqueca, lombalgias e braquialgias, hipertensão arterialpalpitações(batedeiras) no coração, dores pré-cordiais, colopatias e até dores urinárias, sem sinais de infecção. Nas ocasiões estressantes, manifesta-se também uma gama de reações de ordem psicológica e psiquiátrica como irritabilidade, fraqueza, nervosismo, medos, ruminação de ideias, exacerbação de atos falhos e obsessivos.  a angústia é comum e as exacerbações de sensibilidade são mais frequentes. As depressões geram queda ou aumento do apetite, alterações de sono, irritabilidade, apatia e adinamia, torpor afetivo e perda de interesse e de desempenhos sexuais.
Como o médico diagnostica o estresse?
Exames de sangue mostrarão aumento da concentração e do conteúdo de plaquetas, aumento do nível de cortisol, alterações de catecolaminas urinárias e de hormônios hipofisários e sexuais, além dos aumentos deglicemia e colesterol, principalmente do LDL.
Como o médico trata o estresse?
Um dos tratamentos indicados para o estresse é a psicoterapia. Quando possível, deve-se parar para pensar e refletir sobre os hábitos pessoais e reformular o estilo corrente de vida, mas muitas vezes haverá a necessidade de uso concomitante de um tratamento medicamentoso, geralmente através de antidepressivos e ansiolíticos, por um tempo definido e sob orientação médica. Um bom psiquiatra pode ajudar nesta tarefa. Quando já existe um quadro orgânico instalado a busca de atendimento clínico é fundamental.
Como prevenir o estresse?
Em resumo, quando possível, deve-se refletir se não é necessário mudar os esquemas pessoais, familiares, sociais, de trabalho, de estudos e até econômico-financeiros. Devemos reformular a vida, procurando reduzir as áreas geradoras de estresse. Um bom psiquiatra pode nos ajudar nesta tarefa.
Quais são as complicações possíveis do estresse?
O estresse não é a causa única de doenças, mas um fator desencadeante ou favorecedor de muitas enfermidades, às vezes graves, como as doenças coronarianas.

ABC.MED.BR, 2015. Entendendo melhor o estresse e o que podemos fazer para aliviá-lo. Disponível em: <http://www.abc.med.br/p/sinais.-sintomas-e-doencas/750922/entendendo-melhor-o-estresse-e-o-que-podemos-fazer-para-alivia-lo.htm>. Acesso em: 10 abr. 2015.

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